sexta-feira, 29 de maio de 2015

Saudades

Tenho saudades de ter esperança, algumas certezas, uma casa para ir.

Não aguento mais isto, a divisão, a competição. Os horários na cozinha, os meus dias, os teus dias. As críticas, a ideologia - a carne é uma droga, a televisão é uma droga, os tablets a quinta essência do inferno.

Preciso de paz. Preciso parar de fugir. Estabelecer uma relação com a Sara. Sempre, ou uns dias por semana, uma relação verdadeira, sem medo do Pedro. Medo. É isto. Tenho medo. Da irracionalidade, das explosões, da maldade.

Hoje calei-me, para não pôr lenha na discussão. Deixei-o disparatar. A um louco não se dá conversa.

Mas fiquei tão enervada que chorei, chorei. A Sara a consolar-me: Pronto, mamã, já passou. Tem 4 anos a Sara.

It's time to move on.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Uma viagem que quase termina

Tem sido uma viagem, um processo, eu sei lá.

Tem sido difícil, tem sido exigente, às vezes tem sido quase impossível.~

Tem sido uma viagem dentro de mim, aquela parte que é invisível e só se solta às vezes. Nesses momentos, tem sido revelador.

Do que sou, do que faço melhor. E do que quase me pára, o medo, a exigência, o desejo de uma sinfonia perfeita.

Todos os dias alguns passos, um plano que se adapta e reconstroi. É isso.

Estou a falar da tese, que lá seguiu para o orientador. Podia ser outra coisa qualquer, mas por agora escolhi esta.

Ufff.......

domingo, 17 de maio de 2015

Não sou teu marido

Vivo aqui, agarro-te, quero fazer sexo assim e assado, até fazemos sexo às vezes, mas....nada de te queixares. Não sou teu marido, não há regras, não há compromissos, não há nada. Só um esqueleto rezingão, mal humorado e exigente.

E é isto a minha vida. O tempo a correr, o trabalho para acabar a tese, muito, e de repente, ao Domingo de manhã, estas pérolas.

Calei-me. Não tenho nada a dizer. Não és, de facto, meu marido.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

às vezes

Não tenho mesmo mais dinheiro nenhum - as contas estavam feitas, mas a EMEL ou o supermercado ou os inquilinos que nunca pagam todos a horas, ou isto ou aqueloutro e, de repente, às vezes nem para almoçar, nem para dar ao Diogo...e faço contas à vida....e de repente uma transferência, respiro, avanço, mas fico cansada, sem fôlego.

Agora, às vezes, tenho falta ar, como na gravidez da Sara. Cansa-me, isto. Cansa-me isto tudo.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Anatomia de Grey

Ontem deitei-me tarde, tardíssimo, para ver os dois últimos episódio da dita. E ficam duas observações:

* Mataram o Derek!!!! Mas como é que isso é possível? E como vamos nós viver sem ele!!???
Havia pelo menos um amor para sonhar, um homem mesmo à medida de uma mulher.

* Antes de conseguir ficar sosegada (perto da uma e meia da manhã), trabalhei até às 21h; comprei/fiz o jantar; arrumei a cozinha; chatei-me com o P.; tentei adormecer a Sara; adormeci a Sara; zangamo-nos outra vez; fizemos as pazes...e, finalmente, carreguei no play.

Deitei-me às 3h30m da manhã, mas se calhar valeu a pena......

segunda-feira, 11 de maio de 2015

O mundo

Ando pasmada com o mundo. Ando pasmada com a beleza, a imensidão, a riqueza, a abundância. ando pasmada e quero passear, passear, passear. Quero descobrir o que anda por aí. Quem anda por aí.

Quero curtir os meus filhos, aproveitar bem a Sara antes que cresca.

Quero um jardinzito, quero flores na janela e a minha alegria de volta.

Vou acabar "este negócio" e vou abrir asas para a vida, afastar as sombras, amar, amar-me, amar a minha casa, amar, amar, amar

Onde não puderes amar, não te demores (aprendido de uma amiga no dia em que se divorciou)

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Altos e baixos e baixinhos e altitos

é isto, Lisboa, Londres, Lisboa

a primeira vez que não consegui nem de perto nem de longe cumprir um prazo num grupo

as vezes todas que chego atrasada

o tempo que demoro a fazer as coisas

acordar a meio da noite todas as noites algumas vezes

a tese que não avança

a culpa, a culpa que cresce, cresce, cresce

a raiva de mim pel'a incompetência

raios parta!